ELIAS RICARDO SANDE

ELIAS RICARDO SANDE
PSICOLOGO SOCIAL E DAS ORGANIZACOES

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dilema Ético: Caso Testemunhas de Jeová




  1. Introdução

As Testemunhas de Jeová são pessoas profundamente religiosas e acreditam que a transfusão de sangue lhes é proibida por passagens bíblicas como estas: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer.” (Gênesis 9:3, 4); “[Tendes] de derramar seu sangue e cobri-lo com pó” (Levítico 17:13, 14); e: “Que se abstenham da fornicação, e do estrangulado, e do sangue” (Actos 15:19-21).
Embora estes versículos não estejam expressos em termos médicos, as Testemunhas de Jeová consideram que proíbem a administração de transfusão de sangue total, de papas de hemácias, e de plasma, bem como de concentrados de leucócitos e de plaquetas.
As Testemunhas de Jeová crêem que o sangue retirado do corpo deve ser inutilizado, de modo que não aceitam a autotransfusão de sangue retirado de antemão e guardado. As técnicas de colecta ou de hemodiluição intra-operatórias que envolvam guardar o sangue para ser reposto, lhes são inaceitáveis (Bolooki, 2000).















  1. Questões éticas para menores de idade

O atendimento aos menores de idade, filhos dos membros de Testemunhas de Jeová, representa a maior preocupação para os médicos e advogados. Tais processos, os quais acreditam que os pais que são Testemunhas de Jeová deviam procurar dar boa assistência médica a seus filhos. Não querendo anular a sua responsabilidade de ser pai, as Testemunhas Jeová insistem que se valorize os princípios religiosos da família mesmo que estes põem em risco a vida do menor (Bolooki, 2000).

Neste caso, os pais de menores e o parente mais próximo de pacientes inconscientes possuem o dever de garantir a vida dos seus filhos. É também sabido que os pais têm voz activa na assistência dos seus filhos, mas quando se trata da vida, os médicos podem e devem extrapolar a vontade dos pais e garantir a vida do menor. Isto está em concordância com o princípio médico, e plasmado na magna carta das Nações Unidas, no entanto, deve-se ter em conta em menor escala a vontade dos pais, para evitar danos psicossociais irreversíveis causado por um tratamento intruso que viole as crenças fundamentais dos Testemunhas de Jeová (Hamstra & Block, 1980)


  1. Desafios éticos

Segundo Hamstra & Block (1980), compreensivelmente, tratar Testemunhas de Jeová pode parecer representar um dilema ético para o médico devotado a preservar vidas e a saúde, empregando todas as técnicas à sua disposição. Por isso, é aconselhavel dar vida do que cumprir princípios religiosos seja de quem for. Pois a função dos médicos é garantir a assistência que visa o bem geral do paciente. Conforme observam, quem será beneficiado, se a doença física do paciente for curada é o paciente, a pesar que alguns relatos dos Testemunhas de Jeová alegam que a sua vida espiritual com Deus, fica comprometida.





  1. Conclusão

As Testemunhas de Jeová devem reconhecer que, clinicamente, sua firme convicção em seguir as tradições bíblicas parece pôr risco a sua vida e pode complicar a assistência recebida. Estes, também possuírem os elementos vitais de profunda fé e grande desejo de viver, por isso, devem cooperarem com os esforços médicos e com a equipe médica. Assim, tanto o paciente como o médico ficam unidos em enfrentar este desafio sem precedentes.
























  1. Referências Bibliográficas

Bolooki, H. (2000). Treatment of Jehovah’s Witnesses: Example of good care. Miami Med
Hamstra, R. D. & Block, M. H. (1980), Schocket AL:Intravenous iron dextran in clinical medicine. JAMA

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