1.
INTRODUÇÃO
O presente relatório surge no âmbito do estágio académico
e constitui o trabalho final previsto no regulamento do curso de Psicologia da
Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane. O estágio visa a
integração do conhecimento teórico-prático, através do contacto com a realidade
socioprofissional e da aquisição de experiência prática relevante a cada uma
das vertentes do curso.
As actividades que serviram de base para a elaboração
deste relatório foram realizadas de Junho à Outubro de 2013 realizadas na
Autoridade Tributária de Moçambique, na Divisão dos Assuntos Sociais. O
relatório tem como tema “O Nível de
Motivação dos Funcionário da Autoridade Tributária de Moçambique afectos na
Divisão dos Assuntos Sociais”. Dentre os vários objectivos, constituiu
objectivo fundamental desse trabalho compreender
o nível de motivação laboral dos trabalhadores da Divisão dos Assuntos Sociais,
bem como identificar os factores que contribuem para o melhoramento e
desenvolvimento da produtividade na instituição e dos funcionários.
A necessidade de querer ver, perceber e sentir o nível de
motivação da equipes é fundamental para o processo de gestão de pessoas nas
organizações. Importa trazer a luz todos elementos que fomentem melhoras cada
vez mais evidentes e tangíveis para o motivo de acção no trabalho, respaldando
incessantemente a gestão; pois, gerir pessoas é uma tarefa difícil, sobretudo
quando se reconhece que não é possível compreender o comportamento das pessoas
sem um mínimo de conhecimento sobre o que motiva os seus comportamentos.
O trabalho aborda especificamente a motivação no
trabalho, no que tange ao estado da pessoa, na figura do funcionário, membro da
força de tarefa da empresa. O indivíduo para tornar-se um sujeito de voz e
acção, deve interrogar-se a si mesmo e sobre as estruturas de trabalho nas
quais ele se encontra colocado.
Recorrendo à Roobins (2005), percebe-se que com a
evolução dos estudos foram identificados diversos factores que afectam a
motivação dos funcionários das organizações, entre eles, está a personalidade
do indivíduo e o ambiente de trabalho. Este trabalho debruçar-se-á sobre os
conceitos ligados a motivação, visto que, a motivação no trabalho é um
indicador de satisfação.
Considera-se que questões relacionadas com a satisfação e
motivação no trabalho são fundamentais no contexto organizacional, pois,
diversas organizações buscam o uso de tais ferramentas com o intuito de que o
trabalhador satisfeito sinta-se motivado e produza mais e com maior qualidade
colaborando para o crescimento da organização.
Robbins (2002), adverte que com a crescente exigência ao nível da
competitividade organizacional, os gestores terão que aprender mais e ser cada
vez mais proactivos, gerando novas oportunidades que motivem os funcionários em
várias ordens, social, afectiva e comportamental, que garantirão a produção e a
produtividade organizacional. E, mais do que um simples trabalho, pretende-se
através do mesmo clarificar o poder interventivo do psicólogo nas organizações
e sensibilizar os gestores de recursos humanos para sugerir algumans
alternativas que visem motivar os funcionários.
1.1.
Justificativa
As razões que levaram a pesquisar sobre a motivação
laboral centram-se na observação e participação activa da estagiária nas
actividades da organização. Pois, é sabido que alguns factores tais como: a
qualidade do trabalho, o ambiente de trabalho, e o apoio recebido no local de
trabalho são muito importantes para que as instituições, e os colaboradores
produzam de forma positiva. A outra razão é pelo empenho que os elementos da DAS
se comprometem e preocupam-se com o bem-estar laboral e social dos seus
funcionários, assim como da instituição. Alem disso, importa salientar que,
actualmente, um dos assuntos que tem impulsionado grande quantidade de
investimentos em pesquisa na área organizacional desde o inicio do século XX
são “ os motivos que levam as pessoas a agirem”
Diante disso, este trabalho contribuirá de
forma teórica, reunindo informações literárias sobre o assunto com observância à
possibilidade de implantação de um projecto
para a melhoria do clima organizacional e, consequentemente a motivação dos
trabalhadores. Na prática, beneficiará a organização estudada e qualquer outra
empresa que opte por estabelecer tais
técnicas. Por meio da análise de clima organizacional pode-se perceber a
existência de ineficiências no ambiente de trabalho e a respectiva consequência, de forma a buscar alternativas que
neutralizem possíveis perdas.
- Analisar o nível de motivação dos colaboradores da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM)
- Identificar as fontes de motivação dos colaboradores da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM);
- Explicar a influência de motivação dos colaboradores da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM) no desempenho laboral;
- Apresentar propostas estratégicas que visem motivar os colaboradores para uma melhor produtividade organizacional.
2.
APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A Autoridade
Tributária de Mocambique, é uma instituição tutelada pelo Ministério das
Finanças que visa contribuir para desenvolvimento socio-económico do país, por
via de cobrança de receitas internas, que permitam reduzir o nível de
dependência e de apoios externos. Para o efeito, necessita de pessoal
qualificado, comprometido profundamente com as suas responsabilidades e com
capacidade para dar resposta à esta necessidade de tamanha importância.
Com vista á modernização e fortalecimento dos órgãos de
gestão da administração tributária e com base nos princípios estabelecidos no
capítulo 1 do Titulo XII da Constituição da República, tornou-se necessário
proceder a criação de uma nova entidade a quem compete a administração e
controlo de receitas públicas de natureza tributária.
Autoridade Tributária de Moçambique é um órgão do
aparelho do estado, com autonomia administrativa tutelada pelo Primeiro-Ministro
que superintende a área das finanças. Assegura a coordenação, a direcção, o
controlo e o planeamento estratégico, bem como a gestão das actividades
relativas a determinação, cobrança e controlo das receitas públicas. Este órgão
foi criado nos termos do n˚ 1 do artigo 4 da lei n˚ 1/ 2006, de 22 de Março, e
tem como tarefas fundamentais nos termos do n˚ 3 do artigo do diploma legal
atrás citado:
(i) executar a política tributária e aduaneira, dirigindo
e controlando o funcionamento dos seus serviços;
(ii) planificar e controlar suas actividades e os
sistemas de informação;
(iii) formar e qualificar os recursos; e
(iv) elaborar estudos e apoiar na concepção das políticas
Tributária e Aduaneira.
Esta instituição, tem como visão promover a eficácia e
equidade na aplicação da política tributária, incluindo a aduaneira, garantindo
uma maior comodidade aos seus contribuintes no cumprimento das suas obrigações.
A Autoridade Tributária de Moçambique estrutura-se em DG,
DGA, DGSC, DGI que compreendem, designadamente os serviços técnicos
operacionais das áreas tributárias e aduaneira e os serviços comuns de
planeamento estratégico, apoio as políticas tributárias, cooperação
internacional, Inspecção e Auditoria Interna, Administração e Finanças, entre
outras funções de apoio aos serviços técnico.
A Divisão dos
Assuntos Sociais é um departamento que pertence a Autoridade Tributária de Moçambique,
e encontra-se situada no rés-do-chão do prédio trinta e três andares. Esta
divisão, lida com questões relacionadas com assistência e monitoria de assuntos
sociais, e é composta por sete elementos dos quais 3 especialistas em
assistência social, e 3 ainda em fase de conclusão do ensino de pós graduação,
1 com ensino médio concluído, três pessoas do sexo feminino e quatro do sexo
masculino.
2.1.
O Papel do Psicólogo na Instituição
Segundo Sanches (1999), a nível dos recursos humanos, o psicólogo tem o papel
de assessor na medida em que faz a sensibilização, alerta, presta
aconselhamentos no sentido de despertar ou elevar a motivação a nível
individual e colectiva dos colaboradores. O mesmo promove e facilita os
processos comunicacionais a nível interno da organização. O psicólogo na sua área de actuação, está ligado aos
problemas organizacionais relacionados a Gestão do Pessoal.
Para Orlickas (1997), em paralelo com Pereira (1992), advertem-nos que sendo o psicólogo um profundo conhecedor dos comportamentos
humanos, este poderá ter ao nível das organizações, sem dúvida, vários papeis
associados:
(i) Catalisador: promover e facilitar os processos comunicacionais
nas organizações no sentido Down-Top e vice versa, recorrendo a metodologias e
a técnicas que visem dinamizar todo este processo, principalmente em situações
de mudança e enquadramento.
(ii) Assessor: sensibilizar, alertar, prestar aconselhamento ao
empresário no sentido de lhe potenciar as competências de liderança,
nomeadamente as que se prendem com a motivação individual e colectiva dos
colaboradores, entre outras.
(iii) Consultor: quer a tempo inteiro ou em tempo parcial,, no
sentido de diagnosticar problemas ao nível do clima organizacional,
necessidades de formação e todo o tipo de disfuncionalidades de ordem sócio
afectiva e comportamental que possam por em causa o bom “ambiente”
organizacional, assim como, propor soluções e medidas adequadas no sentido de
colmatar a problemática diagnosticada, nomeadamente através da formação.
(iv) Técnico: proceder ao recrutamento externo ou
interno e seleccionar os melhores recursos humanos na óptica do alinhamento da
missão da empresa com a estratégia e política de recurso humano prevista.
(v) Avaliador: avaliar o desempenho e ajudar os empregadores a
gerir as competências, as expectativas e as carreiras dos recursos humanos,
reconhecendo os talentos e criar mecanismos de compensação que valorizem e
potenciem as capacidades dos sujeitos por forma a tornar a organização mais
competitiva.
(vi) Formador: desenvolvem uma série de treinamentos, que são programados a partir do
levantamento de necessidades da organização. Gil (1994), considera os treinamentos como educação, auxiliando na
mudança de hábitos e na transmissão de conhecimentos e valores. O psicólogo
realiza trabalhos referentes à formação de líderes organizacionais;
desenvolvimento de equipas de trabalho e treinamentos ao nível de gestão, de
modo a transformar gestores e técnicos em gestão de recursos humanos.
(vii) Auditor: para a manutenção dos níveis da qualidade por toda a empresa, seus
profissionais desenvolvem um conjunto de actividades relacionadas às
auditorias. Sanches (1999), acrescenta frisando que os psicólogos são responsáveis pela escolha e formação/treinamento dos
futuros auditores para a qualidade e pela realização das auditorias
propriamente ditas. As auditorias são meias de detectar se as pessoas estão
conscientes dos objectivos da qualidade, bem como é uma oportunidade para
conversar e perceber as dificuldades enfrentadas pelos colaboradores no
ambiente de trabalho.
Na visão de Aidar (1994), todas as actividades realizadas por esses
profissionais têm como metas atingir o envolvimento e comprometimento de todos
os colaboradores com a cultura da qualidade, aumentar a satisfação dos clientes
internos e externos e manter sua certificação. Diante do acima exposto, pode-se
afirmar que que o psicólogo tem muito a contribuir para o sucesso dos programas
de gestão da qualidade total nas organizações.
O papel do psicólogo organizacional é acompanhar as pessoas em seu local de
trabalho, pois é aí que as dificuldades, as angústias, as frustrações, os
desentendimentos e os conflitos aparecem. Para isso, é preciso que aperfeiçoe
seus conhecimentos e habilidades e desenvolva atividades estratégicas, de
pesquisa, planejamento e consultoria; deixando as rotineiras e burocráticas
para sectores específicos. Assim, terá mais tempo para conhecer as reais
necessidades das pessoas com quem trabalha, oferecendo melhor atendimento aos
seus clientes internos (colaboradores) e satisfazendo as demandas da
organização (Sanches, 1999).
3.
METODOLOGIA
O estudo aqui apresentado teve por objectivo avaliar e
verificar o nível de motivação dos funcionários da DAS na Autoridade Tributaria
de Moçambique. Este estudo é classificado como qualitativo que segundo Gil
(1991), possibilita conhecer a realidade, a medida que as próprias pessoas
informam acerca do seu comportamento, crenças e opiniões. O ponto forte do
design é o exame e reflexão de dados colectados, sob o apoio da teoria, ou do
entrelaçamento das variáveis após caracterização dos dados. Houve levantamentos
bibliográficos em base de dados referências de textos disponibilizados na
internet.
A colecta de dados ocorreu com a aplicação de um questionário,
onde o instrumento é constituído em 1 etapa constituídas por perguntas
fechadas, composta por 30 perguntas relacionadas com o clima e a motivação
organizacional, na qual o respondente deverá enumerar as perguntas de acordo
com as respostas.
Os instrumentos usados foram adaptados por Siqueira (2008),
a escola usada é multidimensional e tem o objectivo de avaliar a percepção do
trabalhador sobre várias dimensões do clima e da motivação organizacional. Ela,
é composta por 5 factores e seus resultados devem ser apurados por factor.
Para
interpretá-los deve-se considerar quanto maior for o valor da média, melhor
será o clima e consequentemente boa motivação organizacional. Valores maiores
que 4 tendem a indicar um clima bom, e elevada motivação organizacional, e
menores que 2,9 indicam mau clima e baixa motivação.
Para a obtenção da
média utilizou-se o parâmetro da amplitude da escala de respostas de 1 a 5,
considerando a média das respostas obtidas, ou seja, de 1 a 1,99 - discordo
fortemente, de 2 a 2,99 - discordo, de 3 a 3,99- nem concordo/ nem discordo, de
4 a 4,99 - concordo, 5 concordo fortemente.
Constituíram sujeitos do estudo 5 funcionários que actuam
na área de assistência social, três pessoas de sexo feminino e dois de sexo
masculino. Os critérios usados para a inclusão dos funcionários no estudo
foram: concordar em participar mediante a um consentimento feito pela
estudante; pertencer ou ser funcionário da instituição num intervalo
compreendido de 4 e 5 anos de trabalho na instituição.
Atendendo aos objectivos do estudo, aplicou-se a
abordagem quantitativa, exploratória e descritiva, e em virtude deste trabalho,
escolheu-se o método quantitativo, que traduz em números as informações
colectadas com os funcionários, acerca dos elementos relativos entre os níveis
de motivação e as variáveis laborais no local de trabalho. O método
quantitativo caracterizou-se pelo emprego de técnicas estatísticas e
representam a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitando
distorções de análises.
As pesquisas deste
tipo proporcionam conhecimento e contacto directo da realidade, tornando-se
livres de interpretações subjectivas, proporcionam rapidez e economia,
viabilizando a obtenção de grandes quantidades de dados em pouco tempo; os
levantamentos permitem, a quantificação de dados em tabelas e gráficos,
possibilitando análises estatísticas, e codificação das variáveis. É um tipo de
pesquisa adequado para revelar as características de ambientes de trabalho, nas
instituições ou comunidades.
4. ACTIVIDADES REALIZADAS NO
LOCAL DE ESTÁGIO
A AT é uma instituição que tem o papel de garantir e
zelar pelo bem-estar físico, psico-social dos seus colaboradores, por via de
cobranças de receitas internas, que permitem reduzir o nível de dependência e
de apoios externos. Para o efeito, necessita de pessoal qualificado,
comprometido profundamente com as suas responsabilidades e com capacidades para
dar respostas a esta necessidade de tamanha importância.
Por conseguinte, e tendo em conta as responsabilidades,
por despacho do Exmo. Senhor Presidente da AT de 01 de Agosto de 2007, foi
criada a Divisão dos Assuntos Sociais, com o objectivo de dar maior dinamismo á
Área Social da Autoridade Tributária de Moçambique e garantir a assistência aos
funcionários na gestão da matéria inerente, incluindo todas actividades de
carácter cultural, recreativo e a mobilização colectiva para acções de
responsabilidade social da instituição. Em
face disso, as actividades realizadas durante a fase de estágio consistiram em:
- Assistência social, e acompanhamento aos funcionários em caso de doença: a estagiária foi envolvida em visitas hospitalares, e visitas domiciliar aos funcionários que se encontram debilitados, no sentido de fortalecer espiritualmente e mentalmente, aconselhamento moral e psicológico;
- Assistência social e lutuosa complementar: estão relacionadas a questões como o apoio moral às famílias a data do funeral. A estagiária proporcionou o apoio na divulgação de anúncios necrológicos e mensagem fúnebres. Nesta actividade disponibiliza-se também coroas de flores, a data do funeral e a alocação de cestas básicas as famílias;
- Proceder á assistência social em matérias relacionadas com HIV/ SIDA no seio dos funcionários: a estagiária sensibilizou os funcionários para a mudança de comportamento face ao risco de HIV, e aderirem ao teste voluntario, prover aconselhamento e acompanhamento em casos de seropositividade, promovendo o uso de preservativos e outros métodos de prevenção e combate ao HIV-SIDA;
Diante das actividades realizadas, e para uma melhor
compreensão do funcionamento, implementou-se um projecto na qual visava a
elaboração de um estudo sobre a motivação dos funcionários que trabalham de
forma directa com estas situações.
4.1.
Resumo da Carga Horária
TEMPO
|
ACTIVIDADES
|
CARGA HORÁRIA
|
|||
Acção Desenvolvida
|
Objectivo
|
||||
04 à 17/06/2013
|
Observação do ambiente laboral, diálogo com os
colaboradores e familiarização dos departamento da ATM,.
|
Integrar a estagiária no funcionamento da instituição
|
104H
|
||
18/06 à 01/07/2013
|
Apreciação dos horários, elaboração do plano de
actividade, preparação do projecto de pesquisa e visitas hospitalares e
domiciliar aos doentes.
|
Inteirar a estagiária nas actividades do dia-a-dia da
instituição.
|
96H
|
||
02 à 15/08/2013
|
Elaboração da proposta do projecto de pesquisa;
assistência e participação nas visitas domiciliares e hospitalares aos
trabalhadores doentes; efectuar visitas às instâncias pertencentes à ATM
(condomínios, fronteiras, etc); redigir relatório relativo ao acontecimento
encontrado.
|
Participar e integrar directamente nas actividades e
elaborar o relatório.
|
104H
|
||
Actividades Realizadas no âmbito das Actividades da ATM
|
|||||
19 à 30/08/2013
|
Assistência Social e Acompanhamento dos Funcionários em
caso de doenças, acidentes de viação
|
88H
|
|||
02 à 20/09/2013
|
Assistência Social e Lutuosa complementar
|
144H
|
|||
20 à 30/09/2013
|
Assistência Social em matérias relacionadas com
HIV/SIDA no seio dos funcionários
|
80H
|
|||
TOTAL
|
|
616H
|
|||
5.
REVISÃO DA LITERATURA
5.1.
Conceitos Básicos
- Trabalhador: aquele que realiza tarefas baseadas em contratos, com salários acordado e direitos previstos na lei (Rajan e Zingales, 1998).
- Motivação: é um construto e se refere ao direccionamento momentâneo do pensamento, da atenção, da acção a um objectivo visto pelo indivíduo como positivo. Esse direccionamento activa o comportamento e engloba conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, esperança entre outros (Robbins, 20020).
- Satisfação: é um sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho, (Wagner III, et all, 2006).
- Clima Organizacional, para Robbins (2002), representa a qualidade do ambiente psicológico e social existente em uma organização, sendo um dos responsáveis pelo comportamento adoptado pelos seus membros.
- Cultura Organizacional, segundo Chiavenato (2006), a cultura representa o ambiente de crenças e valores, costumes, tradições, conhecimentos e práticas de convívio social e relacionamento entre as pessoas e organização.
5.2. Abordagem Histórica da Motivação
Os
motivos tornam-se um tópico importante em psicologia no início do séc. XX, em
grande parte por causa dos esforços do Cientista Britânico William McDougall.
William, chamava os motivos de instintos e definia-os como forças irracionais,
compulsórias, herdadas, que dão forma a tudo o que as pessoas fazem, sente
percebem e pensam. Muitos dos primeiros psicólogos aceitaram a opinião do
cientista e puseram-se a trabalhar procurando identificar os instintos que
poderiam responder por todas as acções humanas.
A lista do McDougall, publicada em 1908, incluía
curiosidade, agressão, auto-afirmação, fadiga, criação de filho, repulsão,
sociabilidade, aquisição e construtivismo. Muitos dos cientistas ficaram
insatisfeitos com esta lista relativamente breve e passaram a citar
literalmente milhares de instintos, inclusive instintos para ser moral, para se
estimar a idade de cada transeunte. Logo, tornou-se claro que rotular cada acto
como instinto (ou motivo) não era produtivo e não contribuía com coisa alguma
para qualquer entendimento real do motivo pelo qual os organismos se comportam
como se comportam.
Motivação é um termo que vem sendo empregado para
designar motivos ou impulsos que levam o ser humano a agir e vem sendo muito
estudado por diversas correntes teóricas, principalmente pela psicologia
pressupondo que está intimamente ligado ao objecto de estudo dessa ciência, ela
surge de acordo com o desejo ou necessidade que um indivíduo tem de realizar
alguma coisa (Lomonaco, 1984). Qualquer que seja esse desejo ou necessidade, o
indivíduo precisa estar motivado para que possa alcançar suas metas ou
objectivos, e a motivação é o resultado da interacção do indivíduo com
determinada situação.
Robbins (2002), afirma que a motivação é o factor
responsável pela intensidade, direcção e persistência que uma pessoa tem para
alcançar uma determinada meta. Para o autor, a intensidade esta relacionada ao
esforço que a pessoa faz para alcançar a sua meta; a direcção refere-se á
escolha de comportamento e a persistência refere-se ao tempo em que o individuo
leva para alcançar seus objectivos. Os indivíduos motivados se mantêm na tarefa
até que seus objectivos sejam atingidos.
A motivação também é descrita como um estado interior que
faz com que a pessoa venha assumir determinados tipos de comportamentos (Sanches,
1999). O comportamento motivado tenderá a prosseguir até que o objectivo seja
alcançado, de forma a reduzir a tensão que o indivíduo sente.
Segundo Bergamini (2005), os motivos humanos não tem os
mesmos significados. Portanto, na medida em que o indivíduo valoriza o seu
motivo é que mobiliza maior ou menor quantidade de esforço para concretiza-los.
Ainda para Bergamini (2005), estar motivada é estar em via
de realizações, porque as pessoas estão ao mesmo tempo buscando responder as
suas aspirações. Estar motivado é viver em constante modificação, uma tensão
interior na busca de realização de si.
Mas para os behavioristas, o comportamento é condicionado
por estímulos, o homem ou mesmo o animal só emite algum comportamento se ele é
recompensado (motivado) por alguém ou por alguma coisa. Sem esse estímulo ou
motivação, ele não emite comportamento nenhum pois o que motiva o comportamento
passado são as consequências dos efeitos produzidos pelo comportamento passado
do indivíduo, ou seja, recompensa ou punição recebida (Aguiar, 1981).
Para Chiavenato (2006), a motivação no trabalho deve ser
alcançada e mantida para um bom andamento da organização e a satisfação dos
seus colaboradores, fazendo com que todos realizem suas funções e propiciando
melhores rendimentos nas tarefas exigidas. No ambiente organizacional é de
extrema importância que todos se respeitem, fazendo com que o trabalho se torne
mais agradável e que todos possam sentir-se motivados para desempenhar cada vez
melhor suas tarefas em seus locais de trabalho.
5.3.
Teorias da Motivação
5.3.1. Teoria X e Y de MacGregor
Segundo Robbins (2002), a década de 1950 foi um período
marcado pelo desenvolvimento de conceitos sobre a motivação. Foram formuladas
três teorias específicas que são questionadas hoje quanto a sua validade, mas
que provavelmente ainda não sejam as explicações mais conhecidas sobre as
explicações dos trabalhadores: as teorias X e Y, a hierarquia das necessidades,
e a teria da Motivação-Manutenção.
As teorias x e y de MacGregor, representam dois conjuntos
de hipóteses extremas e irreais sobre a natureza do homem. Essas teorias
mostram formas distintas de ver o indivíduo perante o trabalho. Na teoria X, as
pessoas seriam incapazes de dirigir seu trabalho estando sempre a margem de uma
vigilância rígida e de sanções. Para alguns gerentes esses indivíduos são
preguiçosos e exibem pouca ambição. É uma teoria basicamente negativa e de
baixa ordem, que são satisfeitos externamente.
Em contrapartida, a teoria Y, em contraste com a teoria
X, é de alta ordem, são satisfeitas internamente, de foro íntimo, e maximizam a
motivação do empregado no trabalho. A concepção da teoria Y respalda a
habilidade de tomar decisões, independente do funcionário ser ou não gerente,
além de se ter uma visão mais natural do trabalho.
5.3.2.Teoria das Necessidades de Maslow
De acordo com
Aguiar (1981), Maslow foi o teórico que muito contribuiu para o estudo da
motivação humana. Sua abordagem tem origem no funcionalismo, no holismo da
psicologia gestaltíca e no dinamismo psicanalítico, considerando assim o ser em
sua totalidade, com ênfase á integração dinâmica dos aspectos biológicos,
psicológicos e sociais.
A ideia central da teoria de Maslow é a existência de uma
hierarquia das necessidades humanas, sendo que se, apenas as necessidades
inferiores forem satisfeitas, pelo menos em parte, é que, surgirão as
necessidades superiores.
As necessidades humanas foram divididas formando a
conhecida pirâmide de Maslow, onde, na base da pirâmide estão as necessidades
fisiológicas, que são as necessidades básicas do ser humano. Estas necessidades
estão organizadas e dispostas em níveis hierárquicos de importância e de
influência, visualizadas na forma de uma pirâmide.
Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas,
sobre estas a necessidades de segurança, a seguir as necessidades sociais, as
necessidades de estima e, no topo estão as necessidades de auto-realização.
5.3.3. Teoria da Motivação/Higiene de Frederick Herzberg
A outra teoria de motivação que tem exercido grande
influência sobre o pensamento administrativo é a teoria da motivação/ higiene,
de Frederick Herzberg. Segundo Robbins (2000) Frederick Herzberg propôs uma teoria
bifactorial (teoria dos dois factores) de Manutenção-Motivação, que sugere que
os factores intrínsecos (motivacionais) da tarefa motivam, enquanto factores
extrínsecos (higiénicos) apenas mantém e aplacam os empregados.
Os factores higiénicos localizam-se no ambiente que
rodeiam as pessoas, estando fora do seu controle. Quando esses factores são
óptimos elas evitam a insatisfação dos trabalhadores. Porém, quando são
péssimos, provocam a insatisfação da força de trabalho.
Os factores
higiénicos são essencialmente preventivos, apenas evitando a insatisfação sem
provocar a satisfação. Salários, benefícios sociais, tipo de chefia, condições
físicas do trabalho, políticas e directrizes da empresa, clima organizacional,
regulamentos internos e segurança (estabilidade) são exemplos de factores
higiénicos. Os factores motivacionais estão relacionados com o conteúdo do
cargo e com a natureza das tarefas, estando sob controlo do indivíduo, pois
estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. O efeito desse factor
sobre o comportamento das pessoas é profundo e estável. Quando eles são
óptimos, provocam a satisfação nas pessoas. Entretanto, quando são precários
eles evitam a satisfação.
5.4.
Motivação no Local de Trabalho
A relação entre a
motivação, comportamento e o desempenho é estabelecida espontaneamente tanto
pelos cientistas como pelas pessoas leigas. O comportamento é percebido como
sendo provocado e guiado por metas da pessoa, que realiza um esforço para
atingir um determinado objectivo.
A maioria dos
autores considera a motivação humana como um processo psicológico estreitamente
relacionado com o impulso ou com a tendência a realizar com persistência
determinados comportamentos. Considerando a motivação como um impulso que leva
o homem a agir, surge então uma grande discussão a respeito da influência da
motivação no trabalho do homem.
Segundo Aguiar
(1981), no estudo da motivação humana, especialmente no trabalho, não se pode
deixar de colocar o problema do trabalho e da sua função na vida do indivíduo e
na sociedade. Para eesa autora, é comum ouvir de chefes e executivos que a
maior parte de seus subordinados não se motiva, que há problemas de integração,
que as pessoas tem problemas emocionais e que não foram atingidas
produtividades e a contribuição que deles se esperava. Frisa ainda o autor que
a motivação no trabalho é uma tarefa cuja responsabilidade única e total pesa
sobre o próprio indivíduo.
Para Likert (1998), a administração de recursos humanos
de uma organização é o principal desafio para o alcance de seus objectivos,
sendo a motivação um forte aliado para um desenvolvimento satisfatório, e para
que este facto ocorra, a organização deve preocupar-se com aspectos como:
segurança, reconhecimento, desejo de desenvolver novas experiências entre
outros. A fraca ou a falta de motivação nos trabalhadores pode ocasionar
segundo Levy (1981), baixa produtividade, conflitos pessoais, greves,
absenteísmo, entre outros.
Por outro lado, o trabalhador motivado, pode estimular
sua criatividade, proporcionar um bom desempenho profissional, espírito de
grupo, maior empenho no cumprimento do seu dever e o aumento de auto estima.
O outro autor que deu sua grande contribuição e de
extrema importância foi Spector, que segundo ele, a motivação é um conceito que
tem sido discutido intensamente e de difícil definição. Spector (2003),
descreveu-o como um estado interior do indivíduo que o induz a assumir
determinados tipos de comportamentos.
As demandas do empregado no ambiente organizacional
referem-se, fundamentalmente a ser tratado e respeitado como ser humano e a
encontrar na organização oportunidades para satisfazer as suas necessidades e
atingir os seus objectivos e expectativas por meio das actividades do trabalho.
Quando o ser
humano entra numa organização para trabalhar, o seu interesse básico não é
aumentar o lucro da organização, mas satisfazer necessidades pessoais de
diversas ordens. E se ele não encontrar no trabalho meios de satisfazer as suas
expectativas e de atingir as principais metas da sua existência, o empregado
não se sentirá numa relação de troca mas sim de exploração.
O empregado aporta ao trabalho as suas habilidades e
conhecimentos, a sua experiência e criatividade, o seu entusiasmo, a sua
energia e a sua motivação, levando na sua bagagem inicial, as suas limitações,
particularmente ao nível dos conhecimentos e habilidades necessários para a
execução do seu trabalho.
Entre a pessoa e a organização, existe uma verdadeira
dinâmica que se torna fundamental para a obtenção dos objectivos tanto da
organização como do colaborador. Esta dinâmica é determinada pelas exigências
do trabalho e da organização e pelas demandas do colaborador/ empregado
(Robbins, 2000). O equilíbrio entre as duas fontes desta dinâmica, tem como
consequências positivas tanto pelo empregado quanto para a organização.
Os benefícios para a organização manifestam se na
qualidade e na quantidade de trabalho executado pelo empregado. Por
conseguinte, as consequências para ele, situa-se no nível da realização pessoal
da satisfação, do bem-estar, e do auto estima.
Segundo Lomonaco (1997), empregados insatisfeitos não
apresentam disposições para dedicar esforço, habilidades e conhecimentos
pessoais no seu trabalho.
Portanto, é
fundamental que a organização valorize de forma eficiente, os seus empregados,
se quiser manter um lugar de destaque nos mercados altamente competitivos que
se encontram os mercados hoje em dia.
Bergamini (1990), destaca que no inicio do século XX, o
desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais
recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa-se a perceber que cada um
traz de alguma forma dentro de si, sua próprias motivações. Aquilo que mais
interessa, e encontrar e adoptar recursos organizacionais capazes de não sufocar
as forcas motivacionais inerentes as próprias pessoas.
Segundo Tamayo e Pascoal (2003), a motivação no trabalho
manifesta-se pela orientação do empregado para realizar com presteza e precisão
suas tarefas e persistir na sua execução ate conseguir resultado previsto ou
esperado. Salienta que o problema da motivação no trabalho situa-se, no
contexto da interacção dos interesses da organização com os interesses do
empregado.
Quando o ser humano entra numa organização para
trabalhar, o seu interesse básico não é aumentar o lucro desta organização ou
empresa, mas satisfazer necessidades pessoais de diversas ordens. Se ele não
encontrar no trabalho meios para se satisfazer, as suas expectativas e de
atingir as metas principais da sua existência, ele não se sentirá numa relação
de troca, mas de exploração.
6.
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1.
Apresentação dos Resultados
Durante a fase de realização do estudo verificou se que
os participantes, responderam claramente e de forma simples as questões do questionários,
a recolha de dados, procedeu-se dentro de quatro semanas.
Para melhor compreensão foram apresentadas em uma tabela
os resultados encontrados relativos a motivação dos colaboradores no local de
trabalho, assim como os factores que nela estão patentes.
A tabela 01
apresenta as variáveis aplicadas e as médias obtidas das escalas do
clima/motivação da instituição através de trinta variáveis pesquisadas. Vale a
pena lembrar que, de acordo com a forma de análise proposta para esta escala,
valores maiores ou igual a 4 tendem a indicar uma elevada motivação organizacional
e menores que 3 podem demonstrar o contrário.
O que se pode
constatar com os valores das médias das variáveis, é que elas não apresentam
muita disparidade. Nota se que a variável do n˚ 2 é a que apresenta o valor da
média mais baixo, seguida da variável 3; 5; 6 e
13.
Porém, a variável que trata da limpeza no local de
trabalho e a que trata da facilidade que os deficientes tem ao realizar as
tarefas são as que obtiveram um nível elevado de concordância, o que significam
que todos os respondentes estão de acordo com, ou seja, que a instituição
preocupa-se com a higiene no sector laboral daí que, torna-se um ambiente
agradável e acolhedor de se trabalhar
Levando em consideração as médias obtidas nas dimensões
relacionadas com a recompensa, todos eles discordam, o que significa que não
tem havido recompensa pelo bom desempenho dos trabalhadores.
Tabela 1- As Variáveis e as Medias da Motivação e Clima
organizacional
Variáveis
|
Médias
|
01. O funcionário recebe orientação do supervisor;
|
3,5
|
02. As
tarefas que demoram a ser realizadas são orientadas até ao fim;
|
2,16
|
03. Aqui,
o chefe ajuda os funcionários com problemas;
|
3
|
04. O
chefe elogia quando o funcionário faz bom trabalho;
|
2,6
|
05. As
mudanças são acompanhadas pelo supervisor (Chefe);
|
3,6
|
06. O
funcionário pode contar com o apoio do chefe;
|
3,6
|
07. Quando
o funcionário consegue desempenhar bem o seu trabalho, eles são
recompensados;
|
3,16
|
08. A
instituição valoriza o esforço do funcionário;
|
3,33
|
09. O
trabalho bem feito é recompensado;
|
2,66
|
10. A
produtividade do funcionário tem influência no seu salário;
|
2,33
|
11. Para
premiar o funcionário, a instituição considera a qualidade que produz;
|
2,83
|
12. Na
instituição os funcionários realizam suas tarefas com satisfação;
|
3,16
|
13. Para a
realização das suas tarefas a instituição fornece equipamentos aos seus
funcionários;
|
4
|
14. O
ambiente de trabalho atende as necessidades físicas do trabalhador;
|
2,5
|
15. O
espaço físico no sector e suficiente;
|
2,83
|
16. O
ambiente físico de trabalho é agradável;
|
4,16
|
17. Na
instituição o deficiente físico pode se movimentar com facilidades;
|
3,5
|
18. Na
instituição o existem equipamentos de trabalho que previnem o perigo;
|
2,66
|
19. Existe
iluminação adequada na instituição;
|
3,83
|
20. Existe
controlo exagerado sobre os funcionários;
|
2,66
|
21. A
frequência dos funcionários é controlada com rigor;
|
3,16
|
22. A
instituição demonstra preocupação com a segurança no trabalho;
|
4,16
|
23. O
ambiente de trabalho facilita o desenvolvimento de tarefas;
|
2,66
|
24. Os
horários são cobrados com rigor;
|
2,83
|
25. O
chefe pressiona o tempo todo;
|
3,5
|
26. Existe
cooperação entre colegas e funcionários;
|
3
|
27. Existe
integração entre colegas e funcionários;
|
2,16
|
28. Na instituição nada e feito sem
autorização do chefe;
|
2,16
|
29. Os
funcionários sentem se á vontade para contar os seus problemas pessoais para
os colegas;
|
2,21
|
30. Os
funcionários recebem bem novos colegas;
|
3,16
|
6.2. Discussão dos Resultados
O estudo da motivação no trabalho recebe interesse
considerável na literatura internacional, devido a sua estreita relação com a
produtividade individual e organizacional. Segundo Tamayo e Pascoal (2003), se
as organizações quiserem manter um lugar de destaque no mercado competitivo
devem valorizar eficientemente os seus funcionários.
Analisando as teorias apresentadas e de acordo com os
resultados obtidos foram possível notar que os factores motivacionais
apresentam índices baixos, adequados pelos estudiosos que elaboraram as
escalas. Assim, pode-se afirmar que apesar da existência das não concordâncias
face algumas variáveis, os funcionários estão felizes com o seu trabalho. A
motivação é um processo ao mesmo tempo em função dos indivíduos e das
situações, uma vez que ela é resultado da relação que se estabelece entre cada
indivíduo e o seu cargo. Por isso, diz se que a força, a direcção e a
existência da motivação estão estreitamente ligadas a maneira pessoal a partir
da qual cada um compreende, percebe e avalia a sua própria situação de
trabalho, mas certamente não àquela que tem de fora, o gerente, administrador,
o psicólogo.
A supremacia de um
dos factores higiénicos defendidos por Herzeberg, no que tange a condições
físicas do trabalho, segurança no trabalho, no âmbito satisfação do trabalho
laboral. Foi observado que a necessidade de segurança é um factor motivacional,
não no que se refere a segurança pessoal, mas em relação as condições de
trabalho oferecidas.
Segundo a média e
os valores obtidos das médias do clima e da motivação está a um passo do clima
favorável ou mau, ou seja, são necessários que desenvolva esforços de ambos
lados para que se alcance um clima favorável na instituição, pois é sabido que
um clima organizacional agradável é um indicador de satisfação e motivação
laboral, e um clima desfavorável é com certeza desmotivante e passível de
insatisfação.
O factor que pode ter corroborado para um resultado
negativo, pode ser a falta de atenção, ou por outra a falta de coesão, ou de
gestão por parte dos colaboradores em questão de estudos de género onde que com
o mesmo podemos corrigir o que está errado, e criar possíveis melhorias para um
melhor e maior desempenho do grupo.
7.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1.
Conclusão
A experiência obtida durante o estágio na Autoridade
Tributária de Moçambique, na Divisão dos Assuntos Sociais, demonstra o quão é
importante o papel do Psicólogo nas Organizações. Este funciona como um
elemento crucial para o alcance dos objectivos organizacionais e particulares
dos colaboradores.
No decurso do trabalho, notou-se que quando se fala da
motivação sempre regredimos aos conceitos básicos do clima organizacional. O
clima organizacional envolve factores estruturais, atitudes e comportamentos
sociais encorajados ou sancionados através dos factores sociais sendo, também,
um dos responsáveis pelo comportamento adoptado pelos membros de uma
organização. O clima organizacional demonstra como os colaboradores se sentem
com relação à organização, podendo ser saudável ou doentio, quente ou frio,
negativo ou positivo, satisfatório ou insatisfatório.
Os resultados obtidos dos questionários aplicados aos
funcionários, em que mais que a metade dos entrevistados demonstraram
satisfação relativa, revelando que há uma relativa motivação dos trabalhadores.
Na era da informação, o maior património de uma empresa é o seu contingente
intelectual, ou seja, as pessoas, e o grande diferencial está na capacidade que
ela tem de atrair, motivar e manter este património para obter melhores
resultados.
Entretanto, considerando que as pessoas têm necessidades
específicas de auto-realização profissional e pessoal, essa tarefa torna-se
cada vez mais difícil. A necessidade de incentivar e manter o comprometimento
das pessoas, isso levou as organizações a desenvolver pesquisas sobre perfil
dos colaboradores, forma de gestão, liderança, motivação entre outras,
analisando que acções devem ser feitas implantadas para obtenção de maiores
resultados.
Face ao cenário actual, de incertezas, restrições,
problemas e dificuldades, a ATM, torna-se cada vez mais complexa e desafiante,
devido ao crescente fenómeno da globalização que impõe profundas
transformações, e tendo em conta as políticas actuais, pois, é preciso que as
instituições públicas sejam fortalecidas para desenvolver uma cultura
permanente de melhoria a todos os níveis, num processo de concepção, gestão e
implementação para tornar os seus colaboradores motivados e satisfeitos.
7.2.
Recomendações
A AT para além de direccionar sua atenção para fins
(cumprimentos de objectivos), faça uma análise cuidadosa e valorize dos meios
(as Pessoas). Fazendo constituir preocupação base para a realização das tarefas
a motivação do pessoal, atendendo as suas necessidades básicas e sem descorar,
com especial enfoque as do fórum psicológico (auto-estima e realização pessoal)
garantindo assim o comprometimento organizacional saudável;
O desenvolvimento de técnicas de trabalho em equipa, de
forma a criar um clima harmonioso e de relacionamento interpessoal entre os
funcionários no sentido de aproximá-los cada vez mais deste modo, elevar a
auto-confiança na execução das tarefas e o consequente aumento da produtividade
organizacional.
Uma outra sugestão, é a capacitação ou a contratação de psicólogos
e técnicos e agentes de saúde que possam trabalhar e acompanhar os funcionários
que necessitam de ajuda médica, pois a satisfação tem sido associado a saúde do
trabalhador, onde o indivíduo satisfeito com o seu trabalho apresente melhores
qualidades de saúde e menor ocorrência de doenças tanto físicas como mentais, e
o bem-estar influência na satisfação com a vida por meio da generalização das
emoções do trabalhador para a vida fora do trabalho.
Por conseguinte, torna-se necessário que a instituição
desenvolva trabalhos em equipas, aumente o controlo, promova a difusão do
diálogo, inovações de ideias, aquisição de equipamentos indispensáveis para o
desempenho de tarefas.
As recomendações são extensivas à Faculdade de Educação,
devendo-se celebrar memorando de entendimento com as outras instituições com
vista a facilitar a identificação do local de estágio pelos estudantes.
A respeito das limitações do estudo, o pouco tempo foi
condicionante desfavorável, já que a distribuição dos questionários deu-se em
um tempo muito curto, o que dificultou na análise e estudo adequado dos mesmos.
8.
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Bergamini, C., W.(1990). Psicodinâmica da vida Organizacional: Motivação e Liderança. São
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de Comportamento Organizacional: ferramentas
de diagnóstico e de gestão. São Paulo: LCT.
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Administração. (3 ͣed) Rio de Janeiro.
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(2001). Estudo do caso: Planejamento e
Métodos. (2 ͣed). Porto Alegre: Bookmark.
2 comentários:
De forma teórica é certamente irrefutável o papel do psicólogo organizacional em qualquer instituição, mas crê mesmo que em instituições nacionais, a presença de um psicólogo possa mudar ou contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais? Faço esta questão pois tenho em mente que a simples presença de quem saiba como as coisas devem ser feitas não implica necessariamente que as recomendações do mesmo serão levadas em conta, e de certa forma creio que é ingênuo pensar o contrário.
E se concordar comigo de alguma maneira, gostaria de saber como podemos num contexto como o nosso fazer com que a presença de um psicólogo organizacional contribua realmente para o desenvolvimento e alcance dos objetivos da organização? Então a questão ou o debate que quero levantar não é sobre se o mesmo é o não importante, mas sobre como tirar a sua importância da teoria para a prática, considerando o nosso contexto
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