Introdução
No
presente ensaio, abordar-se-á temas relacionados com os tipos de observação e
técnicas de registo, onde vai se descrever os tipos de observação e como é que
se procedem astécnicas de registo. De seguida, abordar-se-ão os tipos e técnicas
de amostragem do comportamento. Este trabalho foi realizado através de um
levantamento bibliográfico. O interesse em conhecer esse assunto está ligado a
variabilidade de realizar um trabalho de pesquisa.
Tipos de Amostragem
Adlibitum:
Segundo Altiman (1974), é um método de observação
que consiste no registo não sistemático e fora de intervalos temporais, onde o
observador anota todas as actividades que são visíveis e relevantes. As
observações de ad libitum são importantes para delimitar o projecto de pesquisa
na fase das observações preliminares, na confecção de hectogramas e para o
registo de eventos raros, porém significativos. O registo de todas actividades
pode ser conseguido utilizando – se um gravador, bem como utilizando mais de um
observador. Por vezes é feito um registo (que corresponde a anotação do que
observamos, com a nossa linguagem coerente) mas os dados obtidos não são
isentos viesses que resultam da atenção do observador se atraído para certos
tipos de comportamentos ou certas classes de sujeitos. Por exemplo, se a
amostragem ad libitum evidenciassem que frequências de agressão dos rapazes
serem mais notáveis. Com frequência, neste tipo de observação olhamos para uns
e para outros sujeitos, observando – o num tempo total diferente de sujeito
para sujeito ou somente atraídos. Por exemplo, uma criança que se evidencia
pela sua exuberância, agressividade ou timidez.
Amostragem
Focal: Segundo Altman (1974), é aquela em que
ocorre quando observamos apenas um indivíduo do grupo de cada vez, por um períodoespecífico
de tempo (PA) e anotamos todos comportamentos desejados de cada categoria específica.
Com os dados da observação focal, e tendo – se uma anotação contínua, podemos
colocar dados de duração e de frequência do comportamento. Esta técnica é
também apropriada para estudar a sincronia dos vizinhos.
Amostragem de sequência
de interacções - Altman (1974), refere que neste
tipo de amostragem, o foco de observação é uma sequência de interacções.
Consiste em especificar o tipo de interacções que queremos observar. Por
exemplo, interacções agressivas, ou as interacções das crianças quando se
sentam a volta de uma mesa a desenhar ou quando iniciam outro tipo de
brincadeira. E em especificar os comportamentos que vamos registar. A partir
daqui espera que tais tipos de interacções se iniciam para começarmos o
registo. Os comportamentos são registados por ordem de ocorrência e a
observação só acaba quando acabam as interacções. Uma sequência não termina pelo
fato de um determinado indivíduo deixar o grupo que interage. Assim, o númerode
sujeitos que se observam é indeterminado à partida assim com a duração do período
de observação. Proporciona informação acerca da estrutura sequencial de interacções
sociais. A principal dificuldade diz respeito à selecção de sequências e
identificação do seu início e fim que depende em grande parte da capacidade do
observador em antecipar aquelas circunstâncias sob as quais as interacções têm
possibilidade de ocorrer.
Amostragem zero – um: esta
técnica de amostragem aparece por vezes como amostragem temporal, amostragem
por unidades ou sistema de Hansen. É estabelecido o comportamento a observar e
fixada a duração de cada período da amostragem que é geralmente muito curto, 1,
3 ou 15 segundos. Depois é registada a ocorrência ou anão ocorrência desse
comportamento. Ocorrência significa a maior parte das vezes que o comportamento
aconteceu pelo menos uma vez em qualquer altura, durante o período de
observação (se se refere a acontecimentos) ou que estava em processo (no caso
de acontecimentos). Este tipo de amostragem tem sido muitas vezes utilizado
para medir o tempo gasto num comportamento por indivíduo ou grupo a frequência
dos comportamentos. Por outro ladotambém é inadequada para registar o tempo gasto
por um comportamento, isso só seria possível se o comportamento em questão
ocupasse todo tempo do período ou períodos de amostragens em que foi registado
e nenhum tempo do período anterior ou posterior. Para aqueles que estão
interessados na frequência e duração de um comportamento a amostragem focal é
mais adequada (Altman, 1974).
Amostragem instantânea
(estática) - é uma técnica em que o observador regista
a actividade corrente do individuo apenas em momentos pré – estabelecidos no tempo.
Por exemplo, todos os cinco , dez, ou 60 segundos, e não regista nada do que
aconteceu nesses intervalos. É uma amostragem de estados e não de
acontecimentos. Quando é observado um sub – grupo de indivíduos, damo lhes o
nome de “scan sampling”. Através desta amostragem obtemos a distribuição de
actividades em todo o grupo social, em particular dados sobre a sincronia do
comportamento do grupo. É uma amostragem directa, um exemplo da sua aplicação é
a sua utilização para se saber a percentagem de tempo gasto por crianças nas várias
actividades possíveis na sala do infantário (Altman, 1974).
Técnicas de Registo
Registo cursivo - É
aquela em que o observador regista os eventos, tais como eles se apresentam,
cuidando apenas o uso da linguagem científica. Por exemplo, ao observar as
brincadeiras de uma menina de dois anos, o observador anotaria B levanta – se
do chão, corre em direcção da boneca que está em cima da mesa (Danna &
Matos, 2006).
Registo categorizado -
no registo categorizado, o observador trabalha com
categorias pré – definidas. As categorias são definidas como base em trabalho
anterior do próprio pesquisador, no conhecimento que tem a respeito do assunto,
na literatura e trabalhos de outros pesquisadores. Por exemplo, o observador
poderia classificar as brincadeiras de um menino de 8 meses no berço, em brincadeiras
com objectos, brincadeiras com as mãos sem objecto, brincadeiras com pés sem
objecto, e anotar os mesmos como ocorrem. Com relação ao período em que o
registo é efectuado, ele pode ser contínuo ou em amostragem de tempo (Danna
& Matos, 2006).
Registo contínuo -
consiste, em dentro de um período ininterrupto de tempo de observação, registar
o que ocorre na situação, obedecendo à sequência temporal em que os factos se
ocorrem. O registo contínuo é uma série de filmagem do que acontece. Segundo
Danna & Matos (2006), ao registar, o observador conta o que presencia, na
sequência que os factos ocorrem. Por exemplo, ao registar o comportamento de
uma menina de 9 meses no carrinho, o observador anotaria S pega o chocalho, balanceia
– o de um lado, atira o chocalho no chão. No início ou no final de cada
intervalo (segundo o que fica convencionado), o observador olha para o sujeito
e regista o que ele está a fazer.
Registo por amostragem
de tempo - o registo por amostragem de tempo é
feito em determinados períodos de tempo, ou melhor, de tempo em tempo. Por
exemplo, de 20 em 20 segundos o observador olha para o sujeito e regista o que
está a fazer. Segundo Danna & Matos (2006), combinando os dois critérios,
forma e período em que o registo é efectuado, teremos: a) registo contínuo
cursivo, b) registo contínuo categorizado, c) registo contínuo em amostragem de
tempo e, d) registo categorizado em amostras de tempo.
Registo de duração -
o registo de duração é também um registo contínuo categorizado. Neste caso,
observador regista o tempo que o comportamento, anteriormente definido, foi
apresentado na secção. Para o registo de duração, o observador utiliza um cronómetro
ou um relógio com marcação de segundos. Segundo Danna, & Matos (2006), neste
caso, o observador anota os segundos em que o comportamento inicia e os
segundos em que ele termina. Por exemplo, ao registar a duração da fala de uma adolescente,
o observador anotaria: Utilizando
o cronómetro: 10" - 5" -- 12" - 8" - 9" = 44 segundos;
ou
Utilizando
um relógio com marcação de segundos: 10 – 20, 26 – 31, 42 – 54, 56 – 04, 25 –
34 = 44 segundos.
Registo de intervalo - o
registo de intervalo é uma variação do registo categorizado em amostras de
tempo. Nele o comportamento é previamente definido, a secção de observação é
dividida em períodos de tempos iguais e o observador regista a ocorrência do
comportamento em cada um destes períodos. Embora o sujeito seja focalizado
ininterruptamente, o registo é de uma única ocorrência do comportamento em cada
intervalo. Para haver uma correspondência entre a ocorrência e frequência do comportamento,
é necessário ajustar o tamanho do intervalo, que é estabelecido tomando por
base a duração do comportamento. Os comportamentos de longa duração pedem
intervalos maiores, enquanto as de curta duração pedem intervalos menores
(Danna & Matos, 2006),.
Com
a realização deste trabalho, espera-se que tenha contribuído para uma maior
utilização dos diferentes tipos de amostragem e as técnicas de registo
abordados neste tema para uma maior utilização da observação como estratégia de
desenvolvimento pessoal e profissional, integra por exemplo, em processos de
investigação. As técnicas sugeridas neste trabalho poderão apoiar na preparação
e realização de processos de observação.
Referências
Bibliográficas
Altman, J. (1974). Observation
study of behavior: sampling methods. Behavior.
Danna,
M.F. & Matos, M. A. (2006). Aprendendo a observar. 1aed.
São Paulo. Edicon.
3 comentários:
Muito obrigado, ajudou bastante!
muito obrigada.
Muito obrigada pela ajuda
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